Crítica | Godzilla II: O Rei dos Monstros – UFC de Titãs

Após um primeiro filme morno, a nova versão do mítico Godzilla retorna aos cinemas para tentar elevar a franquia de patamar. Para isso, a nova equipe criativa decide atender a um velho desejo dos fãs: muita pancadaria entre monstros. Mas um filme consegue se sustentar apenas com isso?

Godzilla II: O Rei dos Monstros traz de volta do primeiro filme Sally Hawkinse Ken Watanabe, além do próprio Godzilla, é claro. E o personagem de Ken, o Dr. Ishiro Serizawa, é de longe o melhor que o núcleo de humanos tem a oferecer. Houve a adição de nomes de peso ao elenco, como Vera Farmiga, Kyle Chandler, Charles Dancee Millie Bobby Brown, a Onze de Stranger Things . Mas nem essa galera toda dividindo tela consegue fazer a trama humana do filme interessante. Quer dizer, o arco do Dr. Serizawa é bem interessante e a Maddie de Milly B. Brown consegue se destacar com uma atuação franca, só que pra um filme com o Godzilla enfrentando vários kaijus diferentes, o que menos importa é a trama humana, convenhamos.

E esse é o grande ponto fraco do filme: drama humano barato. O personagem de Kyle Chandlerchega a ser irritante de tão estereótipo do Soldado Americano Salvador da Pátria . A cientista vivida pela Vera Farmigaé um clichê ambulante e não tem um arco coerente. Eles tentam causar choque com ela, mas o dramalhão prevalece. E as motivações do vilão são bem fúteis, o que não seria um problema se fosse bem desenvolvido. É complicado você querer dar mais foco a um certo grupo de pessoas quando o mundo está sendo destruído e não conseguir nem ao menos fazê-los soarem interessantes. E, claro, a galera vai pra ver o Godzilla, que tem mais tempo de tela do que no filme anterior, mas ainda assim fica aquela sensação de: “poxa, poderia ter aparecido mais”.

O uso da trilha clássica do monstrão é um acerto e vale ser destacada. Falando em acerto, vamos ao personagem que dá nome ao filme. O Godzilla está mais monstruoso do que nunca e ver sua rivalidade histórica com o Ghidorahe até mesmo com o Rodansendo representada com a tecnologia atual é um deleite para os fãs. Se o Rei Dragão já era monstruoso como marionete, a sensação de perigo aumenta com o belo CGI da Legendary . Todas as cenas em que um dos Titãs aparece, é impossível não abrir um sorriso. Quando lutam então… e o que falar da Mothra? Sua mitologia foi bem adaptada e alguns easter eggs fazem menção a seu passado. Fora que sua representação visual é lindíssima.

A direção de Michael Doughertynão é tão técnica e focada na tensão como foi a de Gareth Edwardsno Godzilla de 2014. Ele apela pra algo mais dinâmico e agressivo, quase como se fosse um videogame. Vai agradar a alguns, principalmente pelos confrontos, mas pode incomodar os fãs da tensão.

Enfim, Godzilla II: O Rei dos Monstros é um dos daqueles casos em que o filme funcionaria melhor se o foco fosse nos Monstros, não em pessoas tentando sobreviver a eles. Mas ainda assim vale a pena pelas cenas de ação e dos tão sonhados embates entre os Titãs. Falando nisso, tem um certo Gorila doidinho para enfrentar o Rei dos Monstros. Vale lembrar que a Warner já anunciou a adaptação do lendário confronto entre Godzillae King Kongpara os cinemas. Se puderem, tentem assistir naquelas salas que possuem um sistema de som mais avançado. Parte da graça dos Kaijus são os barulhos emitidos em duelo. E isso tem bastante.

Não deixe de assistir:

Ah, tem cena pós-créditos.

Godzilla II: Rei dos Monstros estreia em 30 de Maio de 2019

Pedro Sobreiro http://cinepop.com.br/
Jornalista apaixonado por entretenimento, com passagens por sites, revistas e emissoras como repórter, crítico e produtor.

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